Direito e Patrimônio: Adjudicação Compulsória
Proteja seus direitos em casos de recusa na formalização da escritura. Garanta a transferência do seu imóvel com a adjudicação compulsória.

A adjudicação compulsória é o processo que permite ao comprador obter a propriedade do imóvel judicialmente quando o vendedor não formaliza a escritura. Entenda como funciona esse mecanismo essencial para garantir a segurança jurídica nas transações imobiliárias.
Insights
- A adjudicação compulsória permite a transferência de propriedade de um imóvel mesmo se o vendedor se recusar a formalizar a escritura, garantindo segurança jurídica ao comprador.
- A Lei nº 14.382/2022 introduziu a possibilidade de adjudicação compulsória extrajudicial, tornando o processo mais ágil e acessível, eliminando a necessidade de ações judiciais.
- Os requisitos para a ação de adjudicação compulsória incluem a existência de um contrato de compra e venda, quitação de todas as obrigações financeiras pelo comprador e provas da recusa do vendedor em realizar a escritura.
O que é Adjudicação Compulsória?
A adjudicação compulsória é uma ferramenta processual crucial que garante a aquisição da propriedade de um imóvel, mesmo quando o vendedor se recusa a formalizar a escritura. Este processo permite a transferência de propriedade, assegurando que o comprador receba o imóvel conforme prometido em contrato. A importância desse mecanismo reside na garantia de segurança jurídica nas transações imobiliárias, especialmente em situações de impasse.
Quem possui um contrato de compra e venda e cumpriu suas obrigações contratuais tem o direito de buscar a adjudicação compulsória. A ação de adjudicação compulsória permite que o comprador obtenha judicialmente uma sentença que substitui a declaração de vontade do vendedor para transferir a propriedade.
Dessa forma, a adjudicação compulsória assegura que a transferência formal do imóvel ocorra, proporcionando segurança jurídica às transações.
Fundamentos Legais da Adjudicação Compulsória
A adjudicação compulsória tem seu fundamento legal estabelecido em:
- Código Civil, especificamente nos artigos 1.417 e 1.418
- Decreto-Lei nº 58/1937
- Novo Código de Processo Civil (CPC), artigo 876, que a insere como uma das formas de expropriação de bens
Essas bases legais asseguram que o processo seja conduzido de acordo com normas claras e precisas.
A Lei nº 14.382, aprovada em 2022, trouxe inovações significativas ao permitir a adjudicação compulsória de forma extrajudicial. Essa atualização facilita a regularização da propriedade sem a necessidade de uma ação judicial, tornando o processo mais ágil e menos oneroso.
Com essas mudanças, o procedimento da adjudicação compulsória tornou-se mais acessível e eficiente, beneficiando tanto compradores quanto o promitente vendedor.
Quando cabe a Adjudicação Compulsória?
A adjudicação compulsória é cabível quando o vendedor não cumpre com a obrigação de transferir a propriedade após a realização de todos os pagamentos devidos pelo comprador. O Código Civil Brasileiro prevê que esse processo pode ser requerido quando há uma obrigação de fazer, como a transferência da propriedade do imóvel. Situações comuns incluem:
- Recusa do vendedor em formalizar a escritura de compra e venda
- Impossibilidade do vendedor em formalizar a escritura, seja por ausência
- Impossibilidade do vendedor em formalizar a escritura, seja por falecimento
Além disso, a adjudicação compulsória pode ser utilizada quando:
- Existe um contrato de compra e venda válido, mas o vendedor se recusa a transferir a propriedade.
- O contrato de compra e venda esteja quitado.
- Em alguns casos, o imóvel esteja registrado em nome de terceiros.
- Haja um compromisso de compra e venda irretratável e registrado.
Esses requisitos garantem que o processo seja utilizado de forma justa e eficiente, protegendo os direitos do comprador.
Requisitos para a ação de Adjudicação Compulsória
Para iniciar uma ação de adjudicação compulsória, é necessário:
- Que exista uma promessa de compra e venda que não permita arrependimento.
- Que todas as obrigações financeiras sejam cumpridas pelo comprador, pois a ausência de quitação do valor do imóvel pode invalidar a proposta.
- Apresentar provas documentais que demonstrem a recusa do vendedor em realizar a escritura de compra e venda.
Os advogados devem garantir que todos os requisitos legais sejam atendidos antes de entrar com a ação. Isso inclui a análise prévia do contrato de compra e venda e a verificação de que o imóvel está livre de ônus, pois pendências podem inviabilizar a adjudicação.
A sentença na ação de adjudicação compulsória substitui a vontade do vendedor, permitindo a transferência do imóvel ao comprador. A Súmula nº 239 do STJ esclarece que o registro da promessa de compra e venda no Cartório de Registro de Imóveis não é uma condição para a carta de adjudicação compulsória.
Procedimento da adjudicação compulsória extrajudicial
A Lei nº 14.382 de 2022 trouxe inovações significativas, permitindo a adjudicação compulsória de forma extrajudicial. Esse procedimento é regulamentado pelo Provimento CN-CNJ nº 150/2023, que define normas específicas para o processo registral.
O procedimento extrajudicial é dividido em várias fases, que incluem:
- Requerimento inicial
- Notificação
- Anuência ou impugnação
- Registro
Esse método facilita a regularização da propriedade de maneira mais ágil e menos onerosa, sem a necessidade de uma ação judicial.
Requerimento inicial
O requerimento inicial é a primeira fase do processo de adjudicação compulsória extrajudicial e deve ser bem detalhado. Ele deve incluir:
- Os dados do requerente
- Os dados do requerido
- Uma descrição completa do imóvel
- A situação do negócio jurídico
Esse requerimento é essencial para iniciar o processo e garantir que todas as informações relevantes estejam documentadas.
Notificação
Após a apresentação do requerimento inicial, o próximo passo é a notificação do requerido. A notificação deve conter um prazo de 15 dias úteis para que o requerido se manifeste sobre o pedido de adjudicação.
Se o requerido não se manifestar dentro desse prazo, a ausência de resposta é considerada como aceitação da alegação de inadimplemento, facilitando o prosseguimento do processo.
Decisão e registro
Na fase final do processo, após a anuência do requerido, o Oficial de Registro de Imóveis deve emitir uma nota devolutiva ou deferir/rejeitar o pedido.
Comprovado o recolhimento do ITBI, será efetuado o registro da transferência de titularidade, formalizando a mudança de propriedade do imóvel.
Diferença entre Adjudicação Compulsória e Usucapião
Embora ambos os processos visem à regularização da propriedade, a adjudicação compulsória e o usucapião têm diferenças significativas. A adjudicação compulsória é um processo mais rápido, exigindo documentação que comprove a promessa de compra. Já o usucapião requer que a pessoa tenha posse contínua e exclusiva do imóvel por um período definido, sendo um processo mais complexo e demorado.
Além disso, o usucapião não pode ser aplicado a bens públicos ou móveis, enquanto a adjudicação compulsória pode ser utilizada para regularizar a propriedade em casos de contratos de promessa de compra e venda, por meio de um instrumento público ou particular. Essas diferenças tornam cada processo adequado para contextos específicos, dependendo da situação do imóvel e da documentação disponível.

Competência da ação de Adjudicação Compulsória
A Justiça Estadual é responsável por julgar a ação de adjudicação compulsória. Portanto, essa competência é exclusiva desse ramo do judiciário. O conteúdo da ação deve ser ajuizado via judicial no foro da localização do imóvel objeto da ação.
Essa definição de competência garante que o processo seja conduzido de forma adequada e que todas as partes envolvidas tenham acesso ao tribunal correto.
Prazo de prescrição da ação de Adjudicação Compulsória
A ação de adjudicação compulsória é considerada imprescritível, o que significa que não está sujeita a prazos de prescrição como outras ações, conforme o artigo 22. Isso foi consolidado pela jurisprudência do poder judiciário do Superior Tribunal de Justiça.
No entanto, o direito à adjudicação compulsória pode ser perdido se a propriedade for adquirida por usucapião por outra pessoa.
Dicas práticas para advogados
Para advogados, é essencial garantir que tanto o comprador quanto o vendedor estejam cientes de seus direitos e deveres no processo de adjudicação compulsória. A agilidade é essencial para proteger o direito de propriedade do cliente. Sua importância não pode ser subestimada. Além disso, os custos envolvidos incluem honorários advocatícios, custas judiciais e despesas com documentos.
Outra dica importante é a responsabilidade do requerente pelas despesas de notificação. A adjudicação compulsória protege os direitos do comprador diante de credores do vendedor, garantindo que o imóvel seja transferido conforme acordado. Esses cuidados são essenciais para o sucesso da ação.
Resumo
Ao longo deste artigo, abordamos os principais aspectos da adjudicação compulsória, desde sua definição até os procedimentos extrajudiciais. Esse processo é essencial para garantir a segurança jurídica nas transações imobiliárias, especialmente em situações de impasse entre comprador e vendedor.
Concluímos que a adjudicação compulsória é uma ferramenta poderosa para assegurar a transferência de propriedade, proporcionando segurança e confiabilidade nas transações. Esperamos que este guia tenha sido útil e que você se sinta mais preparado para lidar com esse tipo de ação.
Perguntas Frequentes
Quando é cabível ação de Adjudicação Compulsória?
A ação de adjudicação compulsória é cabível quando o vendedor se recusa a assinar a escritura de compra e venda, ou quando não pode ser localizado para realizar a outorga, além de situações como morte, ausência ou incapacidade civil do vendedor. Assim, essa ação é uma ferramenta vital para garantir a transferência da propriedade em situações em que o vendedor não cumpre a obrigação contratual.
O que é Adjudicação Compulsória?
A adjudicação compulsória é um mecanismo legal que assegura a aquisição de um imóvel quando o vendedor se recusa a formalizar a escritura. Assim, é uma forma de garantir o direito de propriedade ao comprador.
Quem pode iniciar uma ação de Adjudicação Compulsória?
A ação de adjudicação compulsória pode ser iniciada tanto pelo comprador quanto pelo vendedor, desde que todas as obrigações contratuais tenham sido cumpridas.
Quais são os documentos necessários para a Adjudicação Compulsória?
Para a adjudicação compulsória, são necessários o contrato de compra e venda, provas documentais da recusa do vendedor e a quitação do valor do imóvel. É fundamental apresentar esses documentos para garantir o direito à aquisição do bem.
Qual é a diferença entre Adjudicação Compulsória e Usucapião?
A adjudicação compulsória é um processo judicial que permite ao comprador obter a propriedade de um bem quando o vendedor não cumpre a entrega, requerendo documentação de compra. Em contraste, o usucapião é um meio de aquisição de propriedade baseado na posse contínua e exclusiva de um bem por um tempo especificado por lei.
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